quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

LUZES


Entre a multidão caminho
procurando um porquê ou um senão
escuto-te em cada riso de criança deslumbrada
revejo-te na arte de cada vitrine decorada.
Luzes brilhantes e efusivas
ofuscam meu olhar disperso
cores vibrantes gritam palavras de alento
a quem se distancia do universo.
Ruas que são encruzilhadas
pessoas sisudas, indiferentes
sem alma e que se dizem contentes
sorrisos forçados que retratam
quadros de vidas sem precedentes.
Sei que choras comigo
em cada gota de chuva
que refresca o meu rosto
que me desperta e alerta
para o labirinto que desenhamos
na busca de nós
nessa ansiedade incontrolada
resultante da vontade disfarçada.
Chamas-me em cada melodia
que inunda as ruas
espero escutar o que procuro saber
ser tumultuado por questões sem retorno
por respostas encenadas
abraçada ao vazio
pinto a alma de cores
numa tentativa desajustada
de recuperar o nada.
Sei que algures nos encontramos
não carecemos de tempo
e espaço definidos
leveza do ser que voas sem receio
pelas incógnitas que traduzes
o nosso tratado de esperança
que escreves nas luzes...


Cláudia Ferreira
23/12/2009

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