quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

UTOPIA...


Utopia...
Tu e duas sombras em sintonia...
Mero vento estilhaçado,
por raiado olhar
sentido na face,
de sentimento escondido...
Fogueira queimada sem nunca ter ardido,
anjo salgado, evaporado do mar...
Anjo escarlate,
em vermelho perdido...
Tu que gemes um silêncio
de tumulto ofuscado
pela razão encarceradora,
alma aprisionada que voa
em redor da essência da paixão avassaladora,
sonhas sem te atreveres revelar,
a lágrima que rola,
o desejo que arde,
sombra inerte nesse corpo atrevido,
que sugere calado o pecado temido...
Nobre desejo cristalino sentido...
Libertado num grito lânguido...
Usurpas a saudade de outrora...
És a liberdade duma aurora...
Raios de luz aprisionados em teu peito...
Ofusca meu olhar...
Mesmo que disfarces teu jeito...
Esgueiras-te nesse olhar translúcido...
Perfumado de rosas vermelhas,
gesto de uma singularidade sensual,
que sobressalta meu sangue nas veias,
maçã desse pomar de devaneio...
Que essas mãos de anjo oculto me estendem,
envolto em sentidos de mistério...
Lanças o teu calor sedento de prazer,
metáfora de amor...
Profano querer...
Estádio étero...
Em que me desencontro...
Paguei caro meu semblante sério...
Paguei a libertação do meu ser...
Quem sou que me abraço,
não me sinto ser devasso...
Apenas me predestino viver...
Eloquente esse sussurrar da brisa do teu eu,
leve, quente, perigoso...
Enigma que quero desvendar,
escondido nesse labirinto,
que teces ardiloso,
mas não vou temer,
olho-me no espelho
e vejo o teu reflexo de luz
que apaga a existência
sombria que me conduz,
guia-me ao paraíso da vida esquecida,
quero perder-me
submergindo na delícia da tua leveza,
quero sentir a vida pulsar,
no enlace do amar...
Toma-me nos teus bracos de éden,
tu és ardor, és magia...
Teu nome?
Utopia...



Cláudia Ferreira/Darkrainbow
03/12/2009

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