quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

INTEMPORAL







Quero sentir sem restrições
esta saudade que me queima o peito
Porque o que sinto não tem data,
não conhece tempo ou lugar
Num deleite de sentidos,
nesse jardim proíbido,
um sonho perfeito
Sentimento que incendeia os sentidos
e faz o meu sangue queimar.
Quem dita as regras do verdadeiro amor?
Ah, os que não sentem ardor!
Quem sabe sem nada conhecer,
não pode rotular ou ditar como se amar
Não permito que me imponham limites,
quero gritar no silêncio esta dor
Como te sinto tão perto sem te poder ver,
sei que espero sem aguardar.
Amei-te antes de te conhecer,
de saber-te no mundo, de te sentir e ver
Adivinhei-te com esse perfume de éden,
que me faz tremer, desejar, viver
Quem marcou a data do encontro do nosso olhar?
Foi a cumplicidade do luar
Quem entrelaçou os nossos dedos sedentos de paixão?
A força imensa do mar.
Procuro-te sabendo que não te encontro,
escuto o sussurar dessa voz terna
Cruzamo-nos no resgate dos nossos momentos,
com a sede de beber mais amor
Sabemo-nos afastados,
inconformados com os ditadores da frieza altiva e eterna
Que nos trancam a porta do caminho das emoções,
carinho, ternura, amor e calor.
Mas aquilo que nos une é alheio às convenções
e a todos os olhares de reprovação
O que sentimos, vivemos, procuramos,
desesperamos quer-se com luta e emoção
O tempo não marca presença,
a distância aproxima, a dificuldade traz a saudade
Somos dois corpos unidos numa alma pura,
que impera e dita a intemporalidade!

Cláudia Ferreira

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