domingo, 20 de dezembro de 2009

DILACERANTE




O meu suspiro ecoa no vazio do meu querer
na luz apagada de uma floresta cerrada
que a minha mente percorre na procura do nada
que encerra o todo esbatido pelas agruras
de um sorriso esquecido.
Grito surdo, ser imóvel, palavra apagada,
pensamento que voa sem chegar a destino algum,
sonho estilhaçado pelo teu silêncio ensurdecedor
presença marcada pela tua chegada à distância da dor..
Suspiro que traduz palavras por inventar,
cores por descobrir, portas por abrir,
caminhos que podem existir...
Mergulho sem mar nesta ausência tão presente,
papel rasgado pelo vento, pintura desvanecida pela chuva,
momento que se
prolonga para além do tempo,
que sobrevive dos instantes de outrora,
perdidos da razão,
enlouquecidos pela paixão, enegrecidos pela mão
que agarra o vazio e se segura em vão.
A eternidade é curta para quem sente desenfreadamente,
uma vida é pouco para te amar demais...
Saudade que dói sem se saber aterradora,
perdição do ser de nostalgia nutrido,
punhal afiado de lágrimas reconfortado,
alma sofrida pela adversidade concebida...
Trespassa-me saudade atroz
pois apenas escuto essa tua voz
que me conduz de olhos vendados
a esse lugar desconcertante
onde desnuda de esperança te revelas
...DILACERANTE!


Claudia Ferreira
19/12/2009

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