sábado, 20 de fevereiro de 2010

CHOVE...



O céu escurece e veste-se de negro,
as nuvens compadecidas com a minha dor
choram compulsivamente e juntam
as suas lágrimas às minhas para que
ninguém perceba que as gotas que
rolam no meu rosto não são água
mas sim mágoa,
o sol refugiou-se lastimando
a minha sorte fragmentada por
um qualquer temporal de assombros,
por um raio solto que deitou por terra
uma árvore transformada em obstáculo
intransponível, gigante Adamastor
que me assusta e perturba a serenidade
do meu mar forçando-me a fraquejar
tomada pelo pânico dos acontecimentos,
Cabo das Tormentas do meu eu
imponente perante a nau frágil em
que me transformei, de mastro rasgado
pelos dissabores, de casco lascado
pelas ondas da desilusão de quem um dia
foi mestre do destino e o deixou naufragar,
afundou-se a minha tripulação de esperança,
acordei deste naufrágio parecendo que
a vida foi não mais que uma lembrança.
Chove torrencialmente sem cessar
consequência do meu ser que soluça
revoltado por um sim mascarado de flor,
por um bosque encantado que alguém esboçou
enganosamente num qualquer
papel de cenário rasgado,
sorrisos que escondiam intenções tenebrosas
com dentes de vampiro afiados para sugar
até à última gota a felicidade que incomodava,
a serenidade foi trespassada por mãos
acolhedoras de lâminas afiadas portadoras,
tudo era um vazio preenchido de infinito,

criaturas que se vestem de persuasão
são laços de veludo negro sem coração
que amarraram tudo o que brilhava em mim
corroídas pela inveja que se revelou num trovão.
Saio à rua de pluviosidade abraçada,
frio húmido e gelado tenho como casa,
escorro pelos beirais
lavando a sujidade do Homem,
salpico os transeuntes nas poças do chão
para que abram os olhos de um alguém
que é multidão
inconsciente, anestesiada
pela rotina da avidez tão exigente,
trovejam os céus que comigo corroboram
a urgência da reformulação
do substantivo Humanidade na abrangência
de toda a sua complexidade,
parecendo que a cada dia se move,
sou mensageira da meteorologia dos sentimentos,
saudosos de um arco-íris de autencidade
que nas suas cores risca mentira e escreve verdade,
mas hoje...chove...


Cláudia Ferreira
20/02/2010

3 comentários:

  1. Lindoooooooo , fantastico .
    Amiga , tu és unica .
    Um beijo e um poema para ti .
    TERNURENTA

    Nas ondas do teu olhar,
    Espelhos de água cristalina,
    Navego horas sem par
    Só por te amar,
    Menina.

    Faz-me teu corpo convencer,
    Que existe a perfeição,
    São fontes d´água a correr,
    Onde vou dar de beber,
    Ao coração.

    Tua boca é um segredo,
    Ramos de cravos em flor,
    Fizeste-me perder mais cedo,
    Não foi por medo,
    Foi por amor.

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  2. Passei pra te deixar uma beijoca boa e dizer que te adoro , preocupo-me contigo e não me esqueço de ti ... juro .
    Teu eterno migo .

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  3. Amei este amiga continua estás no bom, caminho:))

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