sábado, 13 de fevereiro de 2010

AOS (E)NAMORADOS



Vocês que enchem o mundo
com o mais belo dos sentimentos
não aguardem por uma data
o que podem manifestar
a cada segundo sem contenções
não se deixem levar
pelas celebrações com data marcada
e ofertas materiais de quem de
amor não sabe mesmo nada,
ousem mostrar um afecto
sem medo do ridículo,
com pureza e nobreza,
no silêncio de um gesto,
no grito dos sentidos,
nunca se intimidem pela dificuldade,
não existe persistência
que não derrote a adversidade,
o longe é perto demais,
a diferença traduz-se em igualdade,
cada degrau da incerteza
é subido com tenacidade,
ontem já foi passado e
o amanhã é uma surpresa
pois nada é definitivo nem eterno
senão o presente que podem
agarrar sem pensar,
não procurem leis ou remédios
e lógica ou razão,
a essência está aí,
fechada na vossa mão.
O amor é a mais bela das flores,
o mais inebriante perfume,
o ser de todas as cores,
alimentem-no com doçura,
reguem-no com ternura,
guardem esse néctar abençoado
na adega do coração para que
possa ser bebericado, degustado
sem qualquer moderação,
toquem o céu e percam-se nas estrelas,
construam pontes para
caminhar sobre os entraves,
falhem redondamente e
voltem para continuar
a caminhar nessa estrada dourada
pelos deuses abençoada,
onde pouco consegue ser muito,
onde nunca pode ser já,
criem uma linguagem só vossa,
cantem o que a alma vos sussurra
com uma nota identificada,
subam montanhas de desejos,
vejam o horizonte sem projectos,
ergam um castelo de momentos
com tijolos de instantes,
assistam ao enlace do céu no horizonte
com sorrisos de criança radiante,
mas sobretudo...
não tenham receio
do vosso barco naufragar,
pois pior que não terem conseguido...
é não ter havido a coragem de tentar...

Cláudia Ferreira
13/02/2010


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